A importância da saúde mental de alunos e professores

A minha filha tem 13 anos e está no 8.º ano. A sua turma atravessa um momento complicado. Professores e alunos não se entendem, e diversos problemas interferem diretamente no bom andamento das aulas: pouco diálogo entre professores e alunos, uma turma demasiado cheia com faixas etárias muito distintas entre os estudantes, falta de comunicação, acordos, respeito…
Sei que esta é, infelizmente, a realidade de muitas salas de aula. Converso com amigas educadoras, e grande parte delas mostra-se cansada, queixa-se da falta de interesse por parte dos alunos, da pouca parceria das famílias e dos problemas que essa atitude traz consigo. Pois é, não está fácil…
Imagino este contexto tão difícil e coloco muitas questões, mas não consigo deixar de pensar na saúde mental de alunos e professores, num mundo onde os desafios emocionais e psicológicos são cada vez mais evidentes. As escolas desempenham um papel crucial na promoção de um ambiente saudável e no suporte a todos os membros da comunidade escolar, mas a presença e atenção das famílias são também inquestionavelmente importantes para encontrar as melhores estratégias. A escola não pode trabalhar isoladamente e ter sucesso. Está na hora de unirmos forças para encontrar a melhor forma de garantir que as coisas aconteçam como devem ser.
É fundamental que a escola seja um ambiente acolhedor e inclusivo, que promova a empatia e o respeito entre todos os membros da comunidade escolar, com políticas claras de combate ao bullying e à discriminação. Um ambiente assim torna mais fácil para os alunos partilharem as suas preocupações, sem medo de julgamentos.
Acredito que a presença de uma equipa de apoio psicológico seria essencial para a saúde mental da comunidade escolar. Este apoio deve ser direcionado não só aos professores e alunos, mas também ao pessoal auxiliar das escolas, muitas vezes responsáveis por resolver problemas fora da sala de aula. Todos necessitam de atenção e suporte.
Reconheço que os professores enfrentam desafios emocionais significativos, como a carga horária excessiva, a pressão por resultados e a difícil gestão da sala de aula. Questiono frequentemente se estes professores têm espaços adequados para dialogar e expressar as suas preocupações. Seria de enorme importância implementar programas de desenvolvimento profissional que focassem o autocuidado e a gestão de stress. A vida de professor não é fácil e vai muito além da preparação de aulas. Hoje, com o desenvolvimento da internet e da tecnologia, o trabalho do professor exige uma maior organização do processo de ensino-aprendizagem, abrangendo múltiplas áreas e exigências.
No entanto, a responsabilidade pelo bom andamento da sala de aula não pode recair apenas sobre os professores. A participação da família é essencial. A saúde mental não pode ser trabalhada apenas na escola. É crucial envolver as famílias no processo. As escolas devem criar canais de comunicação abertos entre pais, professores e equipas de apoio psicológico, assim como estabelecer projetos de parceria entre a escola e a comunidade para ampliar o suporte aos alunos.
Promover a saúde mental nas escolas não é apenas um ato de cuidado, mas também um investimento no futuro. Alunos emocionalmente saudáveis aprendem melhor, e professores com boas condições emocionais ensinam com mais eficácia. Criar uma cultura escolar que valorize o apoio e o bem-estar beneficia toda a comunidade educativa e prepara os jovens para um futuro mais resiliente e equilibrado.