7º Congresso Internacional de Educação (parte 1)
Oi pessoal! Estou aproveitando as férias de meio de ano para passear, acordar tarde sem peso na consciência, ler os livros que sempre quis, mas que não tinha tempo, ficar horas ao telefone conversando com amigos queridos que moram longe e é claro, para estudar também.
Estou participando do 7º Congresso Internacional de Educação no Estado do Rio de Janeiro. É a quarta vez que participo e sempre saio das palestras e cursos muito satisfeita, cheia de ideias! Minha amiga, Flávia Lino foi uma ótima companhia, pois discutimos sobre os conteúdos apresentados e fizemos uma avaliação a respeito do que foi dito e do trabalho que realizamos. Será um congresso de três dias e tentarei retratar aqui alguns momentos e descobertas que considerar importantes.
A primeira palestra foi com a Emília Cipriano de São Paulo, sobre “Formação do educador e sua influência no rendimento do aluno”.
A Emília falou de uma forma muito especial sobre a importância de uma educação voltada para o olhar atento do professor em relação aos seus alunos em uma escola que pede mudanças, não apenas estruturais, mas relacionadas à atuação e formação de professores.
Essa mudança, segundo Emília, precisa passar por um espírito de aprendizagem permanente fazendo com que o professor enfrente as suas resistências e dessa forma consiga romper com elas. Durante a palestra, Emília também falou sobre a importância da avaliação como reflexão e essa ação reflexiva é o que auxilia a transformação da realidade avaliada. Um outro ponto importante na palestra foi no que diz respeito às relações estabelecidas entre os colegas professores. O educador necessita muito dos parceiros (colegas educadores) para avaliar as suas produções. Essa relação de troca e cumplicidade favorece um bom desenvolvimento do trabalho em equipe. Ela finalizou a palestra falando da importância do registro para que o professor possa relatar um processo efetivamente vivido.
Outro palestrante foi o Fernando Diniz também de são Paulo, desta vez sobre “O educador contagiante promovendo o alinhamento com valores, princípios e objetivos organizacionais”.
Iniciou a palestra falando da importância de todos os funcionários da escola conhecerem a história da instituição para que possam efetivamente vestir a camisa da empresa conhecendo suas potencialidades. Falou também que é necessário que os gestores mostrem de forma clara quais as necessidades e quais os papéis de cada funcionário na empresa para que não haja equívocos. Ressaltou a importância da relação de confiança entre os funcionarios e a direção na valorização desse profissional de acordo com as demandas de fazeres da instituição.
O terceiro e último encontro do dia foi com a professora Sandra Bozza do Paraná.
Foi um curso com o tema “Distúrbios de aprendizagem ou equívocos no processo de ensino?”
Como o próprio título sugere, Sandra falou dos grandes equívocos da alfabetização e das mudanças necessárias para um trabalho consistente e voltado para a aquisição da leitua e escrita. De acordo com a professora, é imprescindível que o educador saiba usar os símbolos para proporcionar aos alunos a possibilidade de leitura de imagens. Ela ressalta que a tarefa da escola é dar os códigos para que os alunos os percebam e deem seus significados a partir da leitura dos mesmos.
Falou também da importância dos textos não verbais e como devemos ajudar aos alunos nas descobertas de informações. Continuou o curso mostrando com atividades práticas que não se ensina a ler e escrever apenas escrevendo, é necessário que o aluno leia, escreva e aprenda com quem sabe. Explicou que a língua escrita tem quatro funções:
- Registro auxiliar da memória – lembrar o que foi dito;
- Comunicação – informar algo;
- Lazer – leituras de romances, internet, palavras cruzadas, gibis…
- Orientação ou organização – se orientar em determinado local.
É função do professor mostrar ao aluno a importância da leitura e fornecer a esse aluno mais do que o valor e o nome das letras e suas respectivas combinações.
Saí do Centro de Convenções realizada e cheia de planos, metas e desafios em relação à educação.
Finalizo meu post com um texto do Eduardo Galeano que simboliza o quanto é preciso que o professor possibilite ao aluno um novo olhar, um olhar que antes não era possível ter.
A função da arte
Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar.
Viajaram para o Sul.
Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.
Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos.
E foi tanta a imensidão do mar, e tanto fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.
E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:
Me ajuda a olhar!