Quer trabalhar gêneros textuais? Ou precisa desenvolver um trabalho sobre diferenças?
Que tal trabalhar com a turma o livro Felpo Filva? É um livro da escritora Eva Furnari muito bonito e divertido. Conta a história de um Coelho poeta que escreve poesias muito tristes, porque traz ressentimentos de chacotas vividas na infância devido a um problema físico, até que Charlô, uma fã, resolve escrever para Felpo para reclamar o conteúdo de suas obras. É claro que Felpo não gosta disso, mas o que será que acontece no final?
Com esse livro pode-se trabalhar, além da questão das diferenças, vários tipos de textos como poema, carta, manual, fábulas, autobiografia e receita. É um livro muito rico e necessário para sala de aula.
Para mais informações clique em: http://www.thaifeijo.com.br/juvenil-e-infantil/felpo-filva/
Que tal uma brincadeira para o final da aula?
Caixa do Mistério
Esta atividade pode ser feita com crianças a partir dos 6 anos de idade.
Ligue o som e passe entre os alunos uma caixa tampada com algumas tarefas dentro como: cantar uma música, recitar uma poesia, dançar, abraçar um colega…
Quando a música parar a pessoa que está com a caixa na mão deverá pegar um papel dentro da caixa e cumprir a tarefa pedida.
Esta atividade desenvolve a expressão, oralidade e entrosamento entre os alunos.
Atenção! Certifique-se de que todos os alunos pegaram a caixa para que todos tenham a oportunidade de participar da brincadeira.
História Concreta
Esta atividade pode ser feita com crianças a partir de 7 anos de idade.
Separe os alunos em grupos com mesmo número de participantes. Cada grupo deverá receber uma caixa ou sacola com objetos dentro, pode ser imagem de objetos também.
O objetivo da atividade é fazer com que cada grupo crie uma história em que apareçam os nomes dos objetos que recebeu.
Combine com a turma o tempo necessário para a execução da atividade.
Lembre aos alunos que a história deverá ter sentido.
No final, todos os alunos apresentarão a sua história através de leitura ou dramatização.
Para enriquecer, você poderá sugerir também os tipos de texto para cada grupo: poesia, contos de fadas, notícias, contos de mistério, texto informativo etc.
Divirtam-se!!
Inclusão
“Inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças”
(Mantoan)
Quando falamos em uma escola inclusiva pensamos em uma escola que entende que a aprendizagem para crianças com necessidades educacionais especiais deve partir do concreto.
Quando falamos em um aluno com Sindrome de Down, é necessário levar em conta que a aprendizagem precisa acontecer em um contexto real para que dessa forma seja possível desenvolver o amadurecimento intelectual e emocional, a autonomia, a autoestima e o sentimento de pertença. Pensemos nisso!!
O poema abaixo foi escrito por um aluno da APAE. (associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais)
Retirei do blog http://www.luizberto.com/?p=30075
ILUSÕES DO AMANHÃ
Por que eu vivo procurando um motivo de viver,
Se a vida às vezes parece de mim esquecer?
Procuro em todas, mas todas não são você.
Eu quero apenas viver, se não for para mim que seja pra você.
Mas às vezes você parece me ignorar, sem nem ao menos me olhar,
Me machucando pra valer.
Atrás dos meus sonhos eu vou correr.
Eu vou me achar, pra mais tarde em você me perder.
Se a vida dá presente pra cada um,
o meu, cadê?
Será que esse mundo tem jeito?
Esse mundo cheio de preconceito.
Quando estou só, preso na minha solidão,
Juntando pedaços de mim que caíam ao chão,
Juro que às vezes nem ao menos sei, quem sou.
Talvez eu seja um tolo,
Que acredita num sonho.
Na procura de te esquecer,
Eu fiz brotar a flor.
Para carregar junto ao peito,
E crer que esse mundo ainda tem jeito.
E como príncipe sonhador…
Sou um tolo que acredita, ainda, no amor.
PRÍNCIPE POETA (Alexandre Lemos – APAE)
Sugestão de atividade para início do ano
O ano letivo está no comecinho.
É hora do professor conhecer a sua turma.
Como são os alunos? Como é o grupo? Que tipo de atividades poderei e deverei fazer com grupo que acabo de receber?
Esse é o momento de organizar as coisas. Organizar a sala de aula, as aulas, as propostas…
Todo professor precisa ter uma carta na manga, ou melhor, várias cartas na manga para aproveitar em todos os momentos a interação e troca entre os alunos.
Que tal, logo no início do ano fazer os “combinados” com a turma?
Converse com os seus alunos sobre as regras da escola (mesmo que eles as conheçam, não faz mal nenhum em relembrar), elabore com eles um quadro de “combinados” da turma e torne-os responsáveis também pelo cumprimento desses “combinados”.
Crie opções de atividades diversificadas, pois cada aluno tem um ritmo diferente, desenvolve as atividades de formas diferentes e em tempos diferentes também.
Crie uma caixa de desafios. Você pode fazer uma caixa para cada disciplina e quando os alunos finalizarem outra atividade pedida por você, para que não fiquem com um tempo ocioso, poderão pegar um desafio na caixa. Você pode deixar que eles façam em duplas ou trios, será mais interessante fazer com um colega. A troca é sempre necessária. Depois eles mesmos poderão corrigir a proposta. Você pode organizar uma outra caixa com o gabarito para que eles façam a correção. Essa proposta dá muito certo e a turma adora!
Educação de quarto mundo
Uma pessoa muito especial me mandou esse texto escrito com maestria por Lya Luft para a revista Veja.
Ao ler, fiquei arrepiada e pensando muito nas crianças e jovens do nosso país. O que está sendo feito por eles?
Achei necessário colocá-lo no blog para dividir com vocês essa leitura tão rica. É um texto que deve ser lido não só por educadores, mas pelo cidadão brasileiro.
Boa leitura!
“Por que nos contentarmos com o pior, o medíocre, se podemos
ter o melhor e não nos falta o recurso humano para isso?”
No meio da tragédia do Haiti, que comove até mesmo os calejados repórteres de guerra, levo um choque nacional. Não são horrores como os de lá, mas não deixa de ser um drama moral. O relatório “Educação para todos”, da Unesco, pôs o Brasil na 88ª posição no ranking de desenvolvimento educacional. Estamos atrás dos países mais pobres da América Latina, como o Paraguai, o Equador e a Bolívia. Parece que em alfabetizar somos até bons, mas depois a coisa degringola: a repetência média na América Latina e no Caribe é de pouco mais de 4%. No Brasil, é de quase 19%.
No clima de ufanismo que anda reinando por aqui, talvez seja bom acalmar-se e parar para refletir. Pois, se nossa economia não ficou arruinada, a verdade é que nossas crianças brincam na lama do esgoto, nossas famílias são soterradas em casas cuja segurança ninguém controla, nossos jovens são assassinados nas esquinas, em favelas ou condomínios de luxo somos reféns da bandidagem geral, e os velhos morrem no chão dos corredores dos hospitais públicos. Nossos políticos continuam numa queda de braço para ver quem é o mais impune dos corruptos, a linguagem e a postura das campanhas eleitorais se delineiam nada elegantes, e agora está provado o que a gente já imaginava: somos péssimos em educação.
Pergunta básica: quanto de nosso orçamento nacional vai para educação e cultura? Quanto interesse temos num povo educado, isto é, consciente e informado – não só de seus deveres e direitos, mas dos deveres dos homens públicos e do que poderia facilmente ser muito melhor neste país, que não é só de sabiás e palmeiras, mas de esforço, luta, sofrimento e desilusão?
Precisamos muito de crianças que saibam ler e escrever no fim da 1ª série elementar; jovens que consigam raciocinar e tenham o hábito de ler pelo menos jornal no 2º grau; universitários que possam se expressar falando e escrevendo, em lugar de, às vezes com beneplácito dos professores, copiar trabalhos da internet. Qualidade e liberdade de expressão também são pilares da democracia. Só com empenho dos governos, com exigência e rigor razoáveis das escolas – o que significa respeito ao estudante, à família e ao professor – teremos profissionais de primeira em todas as áreas, de técnicos, pesquisadores, jornalistas e médicos a operários. Por que nos contentarmos com o pior, o medíocre, se podemos ter o melhor e não nos falta o recurso humano para isso? Quando empregarmos em educação uma boa parte dos nossos recursos, com professores valorizados, os alunos vendo que suas ações têm consequências, como a reprovação – palavra que assusta alguns moderníssimos pedagogos, palavra que em algumas escolas nem deve ser usada, quando o que prejudica não é o termo, mas a negligência. Tantos são os jeitos e os recursos favorecendo o aluno preguiçoso que alguns casos chegam a ser bizarros: reprovação, só com muito esforço. Trabalho ou relaxamento têm o mesmo valor e recompensa.
Sou de uma família de professores universitários. Exerci o duro ofício durante dez anos, nos quais me apaixonei por lidar com alunos, mas já questionava o nível de exigência que podia lhes fazer. Isso faz algumas décadas: quando éramos ingênuos, e não antecipávamos ter nosso país entre os piores em educação. Quando os alunos ainda não usavam celular e iPhone na sala de aula, não conversavam como se estivessem no bar nem copiavam seus trabalhos da internet – o que hoje começa a ser considerado normal. Em suma, quando escola e universidade eram lugares de compostura, trabalho e aprendizado. O relaxamento não é geral, mas preocupa quem deseja o melhor para esta terra.
Há gente que acha tudo ótimo como está: os que reclamam é que estão fora da moda ou da realidade. Preparar para as lidas da vida real seria incutir nos jovens uma resignação de usuários do SUS, ou deixar a meninada “aproveitar a vida”: alguém pode me explicar o que seria isso?
http://veja.abril.com.br/030210/educacao-quarto-mundo-p-022.shtml